Este artigo foi baseado no original do Blog de tecnologia do site IGN Portugal, mas no último parágrafo, trazemos uma conclusão, assinada pela redação da Carambola Web.
A fotografia vencedora, intitulada “Electricia”, é descrita como um retrato em preto e branco de duas mulheres de diferentes gerações, evocando a linguagem visual utilizada nos retratos familiares da década de 40.
O problema é que a imagem foi criada com o uso de um software de Inteligência Artificial. Eldagsen revelou publicamente a informação e perguntou aos leitores: “Quantos de vocês suspeitaram que era gerada por Inteligência Artificial? Algo aqui não bate certo, não é? […] Fotografias e imagens como esta não deveriam competir umas contra as outras por um prêmio. […] Submeti como uma brincadeira, para descobrir se as competições estão preparadas para filtrar imagens geradas por Inteligência Artificial. […] O mundo da fotografia precisa abrir um debate. Uma conversa sobre aquilo que consideramos uma fotografia e aquilo que não consideramos. Será que o conceito de fotografia é tão abrangente que acaba por aceitar imagens geradas por Inteligência Artificial? Ou será que isso é um erro?”
“Espero que o fato de ter recusado o prêmio acelere esse debate”, conclui.
O caso da fotografia gerada por Inteligência Artificial submetida por Boris Eldagsen ao Sony World Photographer Awards nos faz refletir sobre a relação entre arte e tecnologia. A vitória da imagem gerada por algoritmos nos leva a questionar se devemos considerá-la uma fotografia, visto que ela não foi criada através da visão humana e sensibilidade artística. Essa questão não é apenas relevante para o mundo da fotografia, mas para todas as áreas em que a tecnologia vem substituindo a criatividade humana. É importante refletirmos sobre o que consideramos arte e o que não, e como a tecnologia pode nos ajudar ou prejudicar nesse processo. É um debate necessário e urgente que precisa ser levado adiante.